Prometeu – Um poema sobre as armadilhas do amor
Não hei de querer do teu olhar
Mais do que a plenitude do Eterno
pulsante nas asas da inocência,
Ainda que meu desejo diga não.
Não hei de querer menos do que a nudez
Da tua alma, cujas vestes o silêncio lançou ao vento,
Ainda que meu corpo diga sim.
Não hei de querer nenhum querer
Sem antes ter palmilhado fronteiras precisas
Entre a loucura e a razão
Ainda que minha alegria diga talvez.
Mentiram os poetas!
A paixão, jaz despedaçada pelas garras do tempo,
Não há rima ou métrica que salve os amantes da própria fúria,
Da rispidez do pó da estrada
Da mesquinhez dos anões que habitam calabouços
Da rigidez da carne sobre a carne.
Se ousar amar-te, hei de beber do cálice apenas parte
Sem alcançar no todo o sublime sabor.
Vai ! Antes que seja tarde
Já ronda o abutre sob o comando dos deuses
Não é possível conhecer as chamas do Olimpo
Sem ter as entranhas dilaceradas um pouco a cada dia
Sem ter o corpo atado ao cume da montanha. Vai!
Adilson,
Maravilhoso poema.
Tudo que nos remete à mitologia é fantático.
Parabéns!
Bjs.
Rosana Madajrof.
Obrigado Rosana,
A mitologia está presente entre nós mesmo quando não nos damos conta disso.